Responsável pelos menores e pelos ditames ou loucuras dos pais, a irmã mais velha cria os pequenos. Protege, vigia, guarda, alerta, cuida.
Quando tudo está bem, preocupa-se se o tênis está amarrado, se todos deram as mãos para atravessar a rua, se as coisas ficam mal, tenta desesperadamente resolver ou amenizar. Se pudesse escolher não seria a mais velha, não queria sentir-se mãe de todos. Porém nasceu mulher, eleita ao cuidado, "naturalmente" sendo a mais velha deve dar o exemplo. Dá conta do recado, tem pouco espaço para a sua criança, tem pouco colo, tira de onde não tem para dar aos irmãos que precisam. Mas ainda assim gosta de brincar, brincar é a linguagem das crianças de todas as infâncias. Neste brincar ela reinventa-se, acredita ser outra criança, que alguém cuida e protege.
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