Aquele garoto fala italiano e português com sotaque carioca, todo chiadinho. Brinca com todos e raramente briga, é divertido, engraçado e emotivo. Eu o conheci em uma de suas muitas viagens, ele veio para cá acompanhando a mãe, que veio para viver os últimos dias de seu pai.
Aprendi muito sobre a função dos avós com este garotinho. Lembro com muito carinho dos meus avós, mas convivi pouco com eles. Imaginava que as recordações que guardamos de nossos avós são todas boas e mágicas. Meus filhos não chegaram a conhecer os avós, morreram antes deles nascerem. Convivo diáriamente com vovós e vovôs, auxiliando mães e pais nas suas funções rotineiras, colaborando fazendo parte da grande teia de apoio na família.
Hoje eu também sou vovoooó (como minha neta acabou de chamar). Pensava que sabia tudo sobre a função destes na família.
Mas como sempre as crianças estão aí para ensinar.
Depois que o avô do garotinho morreu, ele ditou uma carta, eu escrevi e ele quer entregar. Na carta, ele declara o seu amor e diz que vai sentir saudades.
É na saudades que sente, que revela a principal função dos avós.
No primeiro dia ele levou uma foto do vovô e almoçou com a foto sobre a mesa, os amigos o “cumprimentaram”, uma pessoa que o conhecia fez elogios que o deixaram muito contente.
Mas depois dos primeiros momentos de luto ele me falou que sente saudades das coisas que o avô não vai mais ser.
Perguntei o que o avô era, e ele me respondeu que ele era o pai de sua mãe.
O avô além de ser uma doce recordação era o “pai”..... Aquele pai que a distância da casa, nos faz re-descobrir com um olhar terno e encantado. O avô é o pai re-editado, infinitamente melhorado, é o pai sem a função das cobranças e das brigas. O avô é um adulto que já não dá tanta importância à bobagens, tem mais tempo para a riqueza das idéias das crianças.
A saudade do menino não era só do que viveu com seu avô, pois isso o avô fez bem, conviveu quanto e como pode com seus netos. Pela prerrogativa da morte anunciada ou por saber o quanto é breve o tempo da infância, cumpriu com sua passagem.
A saudades mais sofrida para ele é do que não poderia mais contar, vivenciar, do pai que a mãe não teria, do avô que não mais brincaria.
Ouvindo o garotinho, falando todo doce e chiadinho, senti saudades dos avós que meus filhos não tiveram. Pensei nas crianças que não tem contato com seus avós por tantos motivos diferentes e que não terão na memória a humanização possibilitada pelo exercício deste amor que só é possível ao nos tornar avós.
A função dos avós na família é a de ajudar as crianças a encantarem-se pela vida, acreditarem que depois de muito tempo ainda seremos ternos, e que o melhor de nós ainda pode ser revelado. É provocar sentimentos tão importantes, quanto a saudade de um futuro, que deverá ser vivido com a lembrança de um avô.
Aprendi muito sobre a função dos avós com este garotinho. Lembro com muito carinho dos meus avós, mas convivi pouco com eles. Imaginava que as recordações que guardamos de nossos avós são todas boas e mágicas. Meus filhos não chegaram a conhecer os avós, morreram antes deles nascerem. Convivo diáriamente com vovós e vovôs, auxiliando mães e pais nas suas funções rotineiras, colaborando fazendo parte da grande teia de apoio na família.
Hoje eu também sou vovoooó (como minha neta acabou de chamar). Pensava que sabia tudo sobre a função destes na família.
Mas como sempre as crianças estão aí para ensinar.
Depois que o avô do garotinho morreu, ele ditou uma carta, eu escrevi e ele quer entregar. Na carta, ele declara o seu amor e diz que vai sentir saudades.
É na saudades que sente, que revela a principal função dos avós.
No primeiro dia ele levou uma foto do vovô e almoçou com a foto sobre a mesa, os amigos o “cumprimentaram”, uma pessoa que o conhecia fez elogios que o deixaram muito contente.
Mas depois dos primeiros momentos de luto ele me falou que sente saudades das coisas que o avô não vai mais ser.
Perguntei o que o avô era, e ele me respondeu que ele era o pai de sua mãe.
O avô além de ser uma doce recordação era o “pai”..... Aquele pai que a distância da casa, nos faz re-descobrir com um olhar terno e encantado. O avô é o pai re-editado, infinitamente melhorado, é o pai sem a função das cobranças e das brigas. O avô é um adulto que já não dá tanta importância à bobagens, tem mais tempo para a riqueza das idéias das crianças.
A saudade do menino não era só do que viveu com seu avô, pois isso o avô fez bem, conviveu quanto e como pode com seus netos. Pela prerrogativa da morte anunciada ou por saber o quanto é breve o tempo da infância, cumpriu com sua passagem.
A saudades mais sofrida para ele é do que não poderia mais contar, vivenciar, do pai que a mãe não teria, do avô que não mais brincaria.
Ouvindo o garotinho, falando todo doce e chiadinho, senti saudades dos avós que meus filhos não tiveram. Pensei nas crianças que não tem contato com seus avós por tantos motivos diferentes e que não terão na memória a humanização possibilitada pelo exercício deste amor que só é possível ao nos tornar avós.
A função dos avós na família é a de ajudar as crianças a encantarem-se pela vida, acreditarem que depois de muito tempo ainda seremos ternos, e que o melhor de nós ainda pode ser revelado. É provocar sentimentos tão importantes, quanto a saudade de um futuro, que deverá ser vivido com a lembrança de um avô.
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