Algumas pessoas crescem e não perdem suas orelhas de borboleta. Orelhas de borboleta devem ser umas das coisas que possuímos durante a infância. Deve ser um dos elementos sensíveis que carregamos e depois perdemos com o crescimento, com o amadurecimento.
Crescer implica em ser menos sensibilizado, menos conectado com o sutil, com o fantástico, o imperceptível.
Entrei no blog do André Neves- um convite para compartilhar o processo de criação de suas ilustrações-textuais-poéticas.
Ilustrar um texto próprio ou de outro autor exige pesquisa, sensibilidade, exige um olhar apurado, uma percepção afinada.
André é pura poesia em traço, textura, sombras e colorido.
Os olhos dos personagens que saltam das folhas de seus livros são chamados para a leitura.
A ilustração confabulando com o texto e com o leitor, cria um espaço de conversa, de troca e cumplicidade.
A criança acolhida e instigada pela imagem-terna e enigmática- dialoga com o autor, participa da história, identifica-se e projeta suas fantasias.
Walter Benjamim, Janusz Korczak, homens que também não perderam suas orelhas de borboleta, adorariam ver estas possibilidades nas ilustrações dos livros para crianças.
Em tempos de Feira do livro, vale conferir os livros escritos e ilustrados pelo André Neves, mesmo que você não seja mais criança e já tenha perdido suas orelhas de borboleta, talvez essa seja a oportunidade de encontra-las.
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